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terça-feira, 20 de julho de 2021

A FORMAÇÃO DO REINO DE PORTUGAL

 D. AFONSO HENRIQUES E A LUTA PELA INDEPENDÊNCIA

 

Condado Portucalense

Durante a Reconquista Cristã, os reis cristãos da Península Ibérica pediram auxílio a outros reinos cristãos da Europa para reconquistar os territórios aos Muçulmanos. Os cavaleiros que vieram ajudar na luta contra os Muçulmanos chamavam-se cruzados.


A pedido de D. Afonso VI, rei de Leão e Castela, vieram de França os cruzados D. Raimundo e D. Henrique. Em troca pelos seus serviços os cruzados receberam:


D. Raimundo: a mão da filha legítima do rei, D. Urraca, e o Condado de Galiza;

D. Henrique: a mão da filha ilegítima do rei, D. Teresa, e o Condado de Portucale.

 

Estes condados pertenciam ao reino de Leão, por isso D. Henrique tinha que prestar obediência, lealdade e auxílio militar ao rei D. Afonso VI. Em 1112 morre e, como o seu filho D. Afonso Henriques apenas tinha 4 anos de idade, ficou D. Teresa a governar o Condado Portucalense.

 


A luta pela independência

Em 1125, aos 16 anos, D. Afonso Henriques armou-se a si próprio cavaleiro, como só faziam os reis. D. Afonso Henriques tinha como ambição concretizar o desejo do seu pai D. Henrique: tornar o Condado Portucalense independente do reino de Leão e Castela.


Nesta altura, D. Teresa mantinha uma relação amorosa com um fidalgo galego, o conde Fernão Peres de Trava. Esta relação prejudicava a ambição de tornar o Condado Portucalense independente. Por isso, apoiado por alguns nobres portucalenses, D. Afonso Henriques revoltou-se contra a sua mãe.


Em 1128, D. Teresa é derrotada na batalha de S. Mamede por D. Afonso Henriques, que passa a governar o Condado Portucalense.


D. Afonso Henriques passa a ter duas lutas:


luta contra D. Afonso VI, para conseguir a independência do Condado Portucalense;

luta contra os Muçulmanos, para aumentar o território para sul.

 

O reino de Portugal

Para a formação de Portugal foram bastante importantes as seguintes batalhas:


1136:  batalha de Cerneja onde D. Afonso Henriques vence os galegos.

1139: batalha de Ourique onde D. Afonso Henriques derrota os exércitos de cinco reis mouros.

1140: batalha em Arcos de Valdevez, D. Afonso Henriques vence novamente os exércitos de D. Afonso VII.


Com estas vitórias de D. Afonso Henriques, D. Afonso VII, seu primo agora rei de Leão e Castela, viu-se obrigado a fazer um acordo de paz – o Tratado de Zamora. Neste tratado, assinado em 1143, Afonso VII concede a independência ao Condado Portucalense que passa a chamar-se reino de Portugal, e reconhece D. Afonso Henriques como seu rei.


A conquista da linha do Tejo

Feita a paz com o rei de Leão e Castela, D. Afonso Henriques passou a preocupar-se exclusivamente em conquistar territórios a sul aos mouros de forma a alargar o território do reino de Portugal:


1145: conquista definitiva de Leiria;

1147: conquista de Santarém e Lisboa.

 

Na reconquista das terras aos mouros participou quase toda a população portuguesa que podia pegar em armas:


senhores nobres e monges guerreiros: combatiam a cavalo, comandavam os guerreiros e recebiam terras como recompensa pelos seus serviços prestados ao rei;

homens do povo: combatiam a pé e eram a grande maioria dos combatentes.

Em algumas batalhas os portugueses foram ainda ajudados por cruzados bem treinados e com armas próprias para atacar as muralhas, vindos do Norte da Europa.

 

O reconhecimento do reino

Apesar de o rei Afonso VII ter reconhecido em 1143 D. Afonso Henriques como rei de Portugal, o mesmo não aconteceu com o Papa.


O Papa era o chefe supremo da Igreja Católica e tinha muitos poderes. Os reis cristãos lhe deviam total obediência e fidelidade. Para a independência de um reino ser respeitada pelos outros reinos cristãos teria de ser reconhecida por ele. Para obter este reconhecimento D. Afonso Henriques mandou construir sés e igrejas e deu privilégios e regalias aos mosteiros.


Só em 1179 é que houve o reconhecimento por parte do papa Alexandre III através de uma bula (documento escrito pelo papa).


O REINO DE PORTUGAL E DO ALGARVE

 

Alargamento do território e definição de fronteiras

Portugal foi uma monarquia desde 1143 até 1910, ou seja, durante este período Portugal foi sempre governado por um rei.


A monarquia portuguesa era hereditária. Isto significa que quem sucede um rei é o seu filho mais velho (o príncipe herdeiro).


Depois da morte de D. Afonso Henriques sucederam-lhe:


D. Sancho I;

D. Afonso II;

D. Sancho II;

D. Afonso III.....

 

Os primeiros 4 reis de Portugal, a seguir a D. Afonso Henriques, continuaram a conquistar territórios aos mouros até que em 1249 D. Afonso III conquista definitivamente o Algarve.


Entretanto, os limites do território não estavam totalmente definidos pois havia zonas a norte e a este que ainda estavam em disputa com o reino de Leão e Castela.


Só em 1297, com o Tratado de Alcanises, entre D. Dinis, rei de Portugal, e D. Fernando, rei de Leão e Castela, ficaram definidas as fronteiras do território português que assim se mantiveram aproximadamente até os dias de hoje. Apenas em 1801 Espanha ocupou Olivença que já não faz parte de Portugal.

 

Características naturais de Portugal

O relevo de Portugal no séc. XIII apresentava características idênticas às de hoje. De realçar os contrastes que ainda hoje existem:


Norte/Sul: terras altas, planaltos e serras no norte enquanto que no sul predominam terras de baixa altitude como as planícies;

Litoral/Interior: no litoral temos pequenas planícies costeiras enquando que no inetrior encontramos planaltos e serras.


Os rios correm para o Atlântico seguindo a inclinação do relevo e existem em maior número no Norte.

Sobre o clima destacam-se três zonas climáticas:

Norte Litoral: chuvas abundantes e temperaturas amenas tanto no Verão como no Inverno;

Norte Interior: poucas chuvas, muito frio no Inverno e quente no Verão:

Sul: poucas chuvas, invernos suaves e temperaturas muito elevadas no verão, sobretudo no interior.

 

No entanto, nem todas as características naturais permanecem exactamente iguais aos dias de hoje. Ao longo dos tempos a paisagem do território português foi-se alterando devido à influência humana e da própria Natureza. Um exemplo disso mesmo é o facto de os rios serem antigamente  mais navegáveis mas com a acumulação de areias trazidas pelos próprios rios o litoral ficou mais alinhado tornando os rios menos navegáveis ao longo dos tempos.


No séc. XIII abundava a vegetação natural, ou seja, que ainda não tinha sido modificada pelo homem. No Norte abundavam bosques e florestas muito densas com árvores de folha caduca e no Sul as florestas eram menos densas e predominavam as folhas de folha persistente.




Atribuição de terras

Ao serem reconquistadas terras os reis tinham a necessidade de as povoar, defender e explorar para não voltarem a ser ocupadas pelos mouros.


Os reis reservavam uma parte dessas terras para si e a grande parte era dada aos nobres e às ordens religiosas militares como recompensa pela sua ajuda prestada na guerra, bem como às ordens religiosas não militares para que fossem povoadas mais rapidamente.


Sendo assim, as terras pertenciam ao rei, à Nobreza e ao Clero. O povo trabalhava nessas terras e em troca recebiam proteção.



Aproveitamento dos recursos naturais

O aproveitamento dos recursos naturais das terras era realizado através da:


terrenos bravios: pastorícia, criação de gado, caça e recolha de produtos (como a lenha, a madeira, a cortiça, frutos silvestres, mel e cera).

terrenos aráveis: agricultura onde se produzia cereais, vinho, azeite, legumes, frutos e linho.

mar e rios: pesca e salicultura.

 


Produção artesanal:


O vestuário, calçado, instrumentos e todos os objectos necessários para o dia-a-dia dos pastores, agricultores e pescadores eram feitos por eles mesmos à mão e através da utilização de produtos retirados directamente da Natureza ou pelos materiais fornecidos pela agricultura e pela pastorícia.

 

quinta-feira, 15 de julho de 2021

INFLUÊNCIA DOS FATORES ABIÓTICOS NAS ADAPTAÇÕES MORFOLÓGICAS

Influência da humidade nos animais


Relativamente à necessidade de água, os animais podem classificar-se em:


hidrófilos ou aquáticos: vivem permanentemente dentro de água;

higrófilos: vivem em meios muito húmidos;

mesófilos: necessitam de água de forma moderada;

xerófilos: vivem em locais secos.

 

Os animais podem obter água  através de reservas de gordura no corpo ou através dos alimentos.


As épocas de seca podem também motivar migrações.


Influência da luz nos seres vivos

A luz interfere no comportamento dos animais:


período de atividade: há animais diurnos e animais nocturnos;

mimetismo: alguns animais têm a capacidade de mudar a cor do revestimento consoante se o período diurno é curto ou longo;

fototactismo: existem animais que se afastam da luz e há outros que são atraídos por ela.


Animais em extinção

 

A caça excessiva, a destruição de habitats naturais e a poluição dos solos, ar é água têm colocado algumas espécies em perigo de extinção.


Exemplo: Em Portugal há várias espécies ameaçadas tais como o lince-ibérico, o lobo-ibérico, a lontra e o camaleão.


Para resolver este problema devem-se tomar algumas medidas tais como:


controlar a caça;

criar parques e reservas;

cumprir leis de protecção dos animais;

reduzir a poluição


terça-feira, 6 de julho de 2021

PORTUGAL: DA UNIÃO IBÉRICA À RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA

 A MORTE DE D. SEBASTIÃO E A SUCESSÃO AO TRONO


Perda da independência

Quando D. João III morreu, sucedeu-lhe o seu neto D. Sebastião. Como tinha apenas 3 anos, D. Catarina assume a regência do reino, seguindo-lhe o cardeal D. Henrique.


Aos 14 anos, D. Sebastião assume ele próprio o governo do reino e decide conquistar o norte de África. No entanto, não foi bem sucedido e morreu na batalha de Alcácer Quibir sem deixar descendentes. D. Henrique passa a ser o rei de Portugal mas o problema de sucessão não estava resolvido pois também ele não tinha filhos.



Surgiram então vários pretendentes ao trono:


D. Filipe II, rei de Espanha, apoiado por:

grande parte do clero e da nobreza: porque temiam perder privilégios e aspiravam novos cargos e terras

alta burguesia: porque pretendia novos mercados

D. António, prior do Crato, apoiado por:

povo e parte da nobreza: não queriam ser governados por um rei estrangeiro e temiam que Portugal perdesse a independência

D. Catarina, duquesa de Bragança, apoiada por:

muitos nobres e elementos do clero, mas desistiu e apoiou a candidatura filipina

 


 


 


O DOMÍNIO FILIPINO E OS LEVANTAMENTOS POPULARES

 


 


União Ibérica (1580)

Cortes em Almeirim: D. Filipe II é aclamado rei de Portugal


 


Batalha de Alcântara: D. António, apoiado pelo povo, enfrenta o exército de D. Filipe II mas é derrotado e foge, primeiro para os Açores e depois para Inglaterra


 


Cortes de Tomar: D. Filipe II, rei de Espanha, prestou juramento como rei de Portugal, foi intitulado como D. Filipe I, rei de Portugal, e fez várias promessas entre as quais:


manter a moeda, língua e costumes portugueses

cargos de governo de Portugal apenas para portugueses

 


D. Filipe I cumpriu a maioria das promessas que fez mas os seus sucessores, D. Filipe II e D.Filipe III, não respeitaram as promessas feitas aos portugueses. A situação piorou quando Espanha entrou em guerras contra a Holanda, França e Inglaterra, e surgiram revoltas dentro do próprio país. Tudo isto teve consequências para Portugal:


aumento dos impostos

soldados portugueses no exército espanhol

espanhóis nomeados para cargos em Portugal

ataque dos inimigos de Espanha às colónias portuguesas


Surgiu a revolta popular rapidamente reprimida violentamente pelo exército espanhol.


A REVOLTA DE 1º DE DEZEMBRO E A GUERRA DA RESTAURAÇÃO

 

A União Ibérica, que durou 60 anos, acabou por trazer vários prejuízos a Portugal. À revolta popular juntou-se o descontentamento da nobreza em muito prejudicada neste período.


Guerra da Restauração

D. João IV procurou organizar o exército, fabricou armas e fortalezas junto às fronteiras com Espanha. Durante 28 anos Portugal esteve em guerra com Espanha, que só terminou com o Tratado de Madrid, assinado em 1668.


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